terça-feira, 17 de junho de 2014

Cientista defende fim do uso de mercúrio em vacinas infantis



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O professor José Garrofe Dórea, do Departamento de Nutrição, foi o único pesquisador sul-americano convidado a participar como painelista da última Conferência Internacional sobre Mercúrio como um Poluente Global (ICMGP, sigla em inglês), na cidade de Edimburgo, Escócia. 

Dórea falou à comunidade científica sobre a contaminação de crianças com timerosal, substância à base de mercúrio usada como conservante, encontrada em vacinas administradas pelo sistema público de saúde brasileiro.

“Eu aproveitei meu tempo no evento para chamar a atenção sobre a vulnerabilidade das crianças no terceiro mundo”, destaca o professor. “Elas apresentam uma taxa de exposição ao mercúrio que não se compara à de crianças de países desenvolvidos da Europa e América do Norte”, revela. 

O professor da UnB é uma das maiores referências mundiais em pesquisas sobre contaminação por baixas doses de mercúrio, e defende o fim da utilização do timerosal em vacinas para bebês e crianças.

De acordo com o pesquisador, os países desenvolvidos não utilizam mais o composto do mercúrio como conservador de imunizadores infantis. Talvez por isso, eles estão apáticos ao problema terceiro-mundista e não repercutiram a apresentação que Dórea fez na conferência internacional. 

O cientista brasileiro avalia que, infelizmente, os pesquisadores estrangeiros não têm interesse no assunto, pois o problema do mercúrio em vacinas infantis já foi superado por eles.

No Brasil, o uso do conservador à base de mercúrio não é uniforme. Medicamentos comercializados em clínicas particulares costumam não apresentar a substância tóxica. Já as vacinas administradas pela rede pública contêm o timerosal. “A substância barateia a comercialização”, explica Dórea. 

No entanto, a exposição ao composto pode acarretar impactos negativos ao desenvolvimento neuromotor de crianças susceptíveis, “principalmente durante os primeiros seis meses de vida, quando a criança toma mais vacinas”, destaca. 

O cientista brasileiro dividiu a mesa de debates com representantes da Organização Mundial de Saúde, da Agência de Proteção Ambiental, do Instituto Nacional para a Doença de Minamata, e com o pesquisador de Harvard Philippe Grandjean. 

A 11ª ICMGP foi realizada entre 28 de julho e 2 de agosto de 2013.

Texto adaptado

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